Há um ano atrás éramos apenas dois. Um e um. Um frio, outro
quente. Sentimos como loucos sentimentos tímidos em meio ao frio, temido de que
fossem verdade. Passava longe o pensamento de algo concreto, porque te olhar já
se fazia suficiente. Tão inteira que em meio a sorrisos me peguei querendo
tê-los. De forma assim, sutil.
Te quis como primavera quer inverno. Te quis de longe, te
quero de perto. Te quis num domingo cheio de vento frio, pra nos congelar e
gelar as mãos. Inverno me faz distante. Não de você, mas do chão. Realidade
torna-se aquilo que queremos ser, aquilo que de súbito olhamos e escolhemos.
Foi então que não fomos mais um. Dois. Sem soma, apenas união. Não foi em
primavera, outono, inverno e, muito menos, verão. Foi do nosso jeito.
O gelado se fez quente e um abraço se fez tudo. O hoje me
traz lembranças – o que não quer dizer saudades. Quer dizer “fazer novamente,
único e especial mais uma vez”. O tempo passou, as coisas não mudaram, elas
apenas intensificaram. De inteiro, te queria aqui. Distância longa,
teoricamente horas me trariam de volta para perto de ti. Porém, de longe me
resta não somar. Unir. Unir-me a ti cada vez mais e sentir o quão sinceros podemos
ser, mesmo longe. A verdade é que não somos mais um e um. Somos dois, que
juntos somos mais forte que qualquer distância. Somos um só.
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