Me sinto neve. Fria, pálida e completamente maleável. Não
sei como pude ser gelo algum dia. O acaso me levou à teus sentimentos
novamente, e não sei se era o que eu queria. Talvez ainda não estivesse
preparada para reler o que um dia soou como um “olá”, mas na verdade era o
pedido de desculpas mais sincero que eu poderia ter recebido na vida.
Com você eu fui gelo: uma pedra, eu sei. Te fiz acreditar
que um dia derreteria, te fiz criar esperanças na minha mudança, mas eu sempre
soube, eu nunca mudaria. Um dia eu voltei de onde, talvez, eu nunca devesse ter
saído. E mais uma vez fui gelo. Tentei te congelar junto comigo, na esperança
de te fazer desistir de tudo. Tão sagaz, você só derretia mais ainda. Você se
dilacerou na frente dos meus olhos e eu já não sabia o que fazer.
Essas lembranças hoje se fazem tão presentes porque eu as
oprimi, mas a vida é traiçoeira – ela me fez lembrar da pior forma. Encontrando
cartas, passando por lugares que eram tão marcantes para nós e que eu achei que
jamais voltariam a me perturbar. Reviver tudo isso não me fez deixar de ser
gelo. Mas posso te garantir que me sinto melhor: me sinto neve. Ainda sou fria e sem graça, mas posso te
compreender cada vez mais – porque agora sinto o mesmo.
A dor daquele adeus mal dito (ou maldito, como preferir) me
tira o sono, nossas viagens, mesmo que só nos planos, me fazem falta. Com você
eu saía desse caos, eu era feliz. E mesmo que não saísse, você dava um jeito e
fazia aquela pedrinha de gelo um pouco menos sólida. Hoje eu falo do nosso
passado porque quero ser seu futuro. Não adianta: sempre foi você, sempre será
você.
Nossa, que blog liiiiiiiiiindo, como eu não conhecia antes? Me identifiquei em vários textos. Tudo lindo, lindo!
ResponderExcluirhttp://www.nandscampos.blogspot.com.br/
Obrigada, flor! Volte sempre :)
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