Chega de
vírgulas e reticências onde, há muito tempo, já deveria ter existido um ponto
final. Palavras dispostas e enfileiradas não formavam uma história convincente.
Já não suportava mais nossos vacilos gramaticais: exclamações fora de hora,
interrogações ao invés de convicções, aspas por medo de tornar nossas as
palavras dos outros. Éramos uma composição totalmente desarticulada, sem
coerência e nem bom senso.
Traçada em
linhas tortas, essa composição era um desastre pré-anunciado. Desvirtuava-se de
todas as regras e normas de conduta de um bom escritor. Desafiava a
interpretação dos mais sábios e mostrava aos leitores o que eles não queriam
saber. A história criada e vivida por nós foi um fracasso. Desde o começo era
rejeitada pelos leitores mais fieis. É claro, quem gosta de equívocos
gramaticais? Ah, eu penso que você gosta. Sempre viveu tão bem nas entrelinhas
da nossa história mal escrita, divertindo-se com nossos erros de pontuação. Só
que hoje eu resolvi corrigir tudo isso.
Imersa nesse
nosso confuso mundo das palavras, eu não sabia nem quais seriam as certas a se
usar para consertar tudo isso. Então comecei colocando os pingos nos is – tão
banal, mas frequentemente nos esquecíamos de fazê-lo. Depois, joguei fora as
vírgulas inúteis e coloquei as perdidas em seus devidos lugares. Feito isso,
troquei as interrogações por exclamações – elas são mais simpáticas. Ainda me
permiti, para que ficasse cada vez melhor, mudar o nosso título. Mas ainda
faltava um toque final.
Foi então que
lá, na última linha da nossa história mal escrita, eu corrigi o erro mais
grave. Logo ali, depois da última palavra. Apertei forte a caneta e coloquei um
ponto final. Forte para que ele não se apague com o tempo e esqueça de existir.
Afinal, ele é nosso toque final. Espero sinceramente que goste dessa nossa nova
história.
Você escreve muito bem. Parabéns!!!
ResponderExcluirmuito obrigada! volte sempre :)
ExcluirAmei Taísaa. Parabéns, ficou demais!
ResponderExcluirque bom que gostou, nath! obrigada =)
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