quinta-feira, julho 01, 2010

Utopia

Os vidros estavam úmidos. A porta batia com o vento. E lá fora a neblina insistia em aparecer, para descolorir mais ainda a sua vida. E ela, ainda abafada nas cobertas, mergulhada em seus sonhos, afinal, só eles sabiam acolhe-la agora. Já era a sétima noite consecutiva em que ele vinha atormentá-la através de sonhos, sempre da mesma forma: um dia de sol, a grama reluzente, e os dois deitados, olhando pro céu, e fazendo planos para o futuro, que jamais chegaria. A cada noite ela se encolhia mais, e acordava esperando pra que o dia acabasse, para que pudesse retornar às lembranças de um tempo que se foi para nunca mais voltar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Elementares