sexta-feira, outubro 15, 2010

Homicídio Doloso


Neste dia, o Brasil estava triste junto com ela. Quem dera que o motivo de suas lágrimas fossem apenas um jogo de futebol perdido. Neste dia, ela fatidicamente matou o amor. Brutalmente, tornou-se criminosa ao esquartejá-lo em público, e cravar-lhe facas como se fossem meras palavras ofensivas. Os olhares do público a sua volta, a incriminavam por tamanha crueldade. Ninguem sabia o que se passava. Ninguém sabia o quanto ela sofria.
Agora, por onde ela passa, olhos curiosos a acompanham. A sensação de estar sendo perseguida, se agrava a cada vez que lembra do episódio. Perseguida por pessoas que se acham no direito de virararem para o lado e julgarem suas ações. Mal sabem o que ela aguentou calada, antes de se tornar réu e ter prisão decretada.
Foi isso. Ela matou o amor, para nunca mais voltar. Ela difamou o amor, se fingiu de inocente, abdicou seus caprichos para tirar-lhe a vida. Para sempre.
"Contra o amor a gente não luta", já dizia sua avó. Mas quem é esse tal de amor, para se achar tão poderoso, que chega a ser intocável. Quem é esse cara que todos perguntam onde está? Seria algum mafioso, fugitivo, bandido? Ou apenas alguém que quer ser feliz, sem ser incomodado?
Não seja por isso. Ela encontrou a resposta. Ela o encontrou. E tirou-lhe a vida, de uma vez por todas.Pelo menos a ela, uma suburbana com as unhas pintadas de vermelho, ele não volta mais a incomodar.
Ela matou o amor. Um amor ridículo, que insiste em ressuscitar cada vez em que fecha os olhos e tenta imaginar como seriam as coisas, caso não tivesse feito aquilo. Apesar de criminosa, ainda tinha sentimentos.

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