quarta-feira, janeiro 19, 2011

Pobre coração

              


O coração é o órgão mais complexo e frágil do corpo humano. Ele sofre doenças muito mais graves do que a hipertensão pode provocar, ainda mais fulminantes do que um ataque cardíaco. Quando exposto, ele se torna alvo fácil de frases feitas e promessas vazias. Mas também propenso a conhecer uma nova história, um novo amor. O que o coração não sabe fazer é a ligação com o cérebro para distinguir o que é razão do que é emoção. E por isso ele sofre, se apaixona, ama... Ele ama demais, se engana demais, mas aprende também.
Não é a toa que dizem que ele se parte. A dor é semelhante, talvez pior. É como se uma parte sua já não fosse mais completa, e talvez nunca mais volte a ser. Vai saber! Somente o tempo para explicar. Como avisam os cartazes dos postos de saúde "Cuidar do coração é coisa séria". Tem razão, é preciso cuidado para não entregá-lo de bandeja a qualquer outro coração maldoso e cheio de más intenções. Mas por que não somos alertados antes de fazer isso? Se fosse fácil perceber quando a mentira está presente, não o liberaríamos a qualquer pessoa, que vai acabar pisando nele e o fazendo sangrar. E, quando a gente aprender, quem garante que não vamos cometer novamente o mesmo erro? O que o tal coração gosta mesmo é de se arriscar, para a adrenalina ser ainda mais intensa, para as emoções se multiplicarem.
E você vai levar toda a sua vida tentando compreender essas confusões e lutando para que ele pulse pelo que realmente é certo ou que supostamente valha a pena. E, quando perceber que ele é incontrolável, vai acabar achando que nada do que sofreu até ali valeu a pena. Por mais contraditório que possa parecer, não há nada de errado em sofrer por amor. Você não precisa entender. Talvez a explicação para os males do coração esteja em deixar realmente que ele queira se atirar e sofrer aquele enfarte fulminante.
Para ser levado, em instantes, a um hospital, onde receberá uma massagem cardíaca para voltar a pulsar. Ou então, ficar naquela cena conhecida de ver uma luz no final de um túnel e decidir levar uma vida completamente diferente, mais confiante, mais seguro e mais preparado. Não importa, o coração nem sempre sabe o que é o melhor para a gente, mas é ele quem manda... O jeito é tentar controlar na medida do possível e buscar a felicidade o tempo todo, mesmo que pra isso você precise sofrer um pouco.
Por Taísa Medeiros e Vinícius Severo

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