quarta-feira, janeiro 28, 2015

Desfazi-me


Tornei-me faísca em meio aquoso. Grito de raiva no emudecer de um sonho. Gota de água para apagar a fogueira. Chuva no oceano. Uma palha no palheiro.

Sumi dentro de mim, perdi-me no meu caminho e entrei no labirinto de um grito pelo meu nome. 

Lágrimas choram para dentro, porque meu pranto também já não se faz ouvir. Rio para mim, porque é melhor do que chorar em vão.

Engraçado é deixar de existir mesmo quando sinto que ainda vivo. Incômodo é saber que sou vista sem ser percebida.

Vivo hoje com meu reflexo no espelho dizendo-me que não existo nele.


Não reflito. Respiro. Não mais. 

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