terça-feira, fevereiro 24, 2015

Seis letras



Algumas vezes não conseguimos caminhar juntos. Algumas vezes seus passos largos se sobrepõem aos meus, e amar se torna uma via de mão única. As vezes você esquece que entramos nessa juntos e devemos sair juntos também. Não tenho respostas pra tudo. 

Meus braços ainda são curtos, meu amor. Gostaria de poder alcançar a lua, brincar com a poeira estrelar mas mal alcanço você. Certas coisas não estão ao meu alcance e nós dois sabemos. Certas coisas só estão ao seu alcance, só você pode resolvê-las. Se ao som da minha voz a solução não te inspira, pode ser melhor a distância.

Isso acontece o tempo todo: quero acobertar-te. Literalmente, cobrir-te de todo o mal possível, proteger-te de tudo que for possível, afastar inclusive o mal que te provoco. Já não sei fazer isso, pois agora preciso te mostrar o que fazes comigo. Preciso te lembrar o que costumávamos ser antes de tudo desmoronar, o que seu sorriso significava. O sorriso que você sorria quando me via.

Estique seus braços o suficiente para me alcançar. Não sou seu sonho distante, seu passado. Sou sua, e só você pode relembrar isso. Estou aqui refletindo-me em seus olhos à espera de uma só palavra.


Perdão.

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