quinta-feira, outubro 03, 2013

Maldita Distância

            

             Para alguns, é o que salva. Para outros, é o fim, o desmoronamento, o temido  e famoso – ponto final. E sim, mais uma vez falo de relacionamentos. Talvez esteja ficando clichê, ou quem sabe sempre fui.  A questão é que atualmente, as boas oportunidades sempre estão longe de nós (ou nós que não enxergamos as que estão perto?) e muitas vezes temos que deixar para trás algo que passamos boa parte de nossas vidas construindo, ou então deixar pessoas que foram importantes em nossas vidas tanto quanto uma boa casa ou um bom emprego. Temos que fazer escolhas e decidir o que pra nós é mais prioritário.

Revistas e jornais estampam suas capas com fotos de casais com aparente felicidade, alegando que a temida distância só fez aumentar o sentimento. E a saudade. É aí que a inescrupulosa saudade resolve dar as caras. Quem foi que chamou? Temida por muitos, é tida com vilã dos relacionamentos modernos (posso chamar assim? Ou será que a palavra “relacionamento” é muito forte para a atração física de hoje?). Distância não lembra só saudade. Remete diretamente à confiança, uma palavra tão esquecida que às vezes penso que deveria sair do dicionário, já que de nossas vidas já despediu-se há muito tempo.

Como diz a diva Beyoncé à Lady GaGa, no clipe de “Telephone” (o qual por sinal os fãs ainda esperam sentados por uma continuação):  “Confiança é como um espelho. Você pode consertar se ele quebrar”. E então GaGa prontamente responde: “Mas você continua a ver a rachadura no maldito”. Essa rachadura já não tem mais conserto, porém sempre tem os bons samaritanos que insistem em tentar consertar o que obviamente já ultrapassou a data de validade há muito tempo. Nada mais será como antes, porque afinal, muitas vezes a confiança já está abalada.

No que acreditar, cada um decide por si. Quando se assume a responsabilidade de um relacionamento à distância deve-se estar ciente de todos os riscos que corre e de todas as coisas que o envolvem (além da confiança). Que não é fácil, todos sabem, mas se passarmos a enxergar pelo lado bom, a distância pode deixar de ser a vilã e tornar-se um bom motivo para unir mais ainda duas pessoas que se gostam e se importam uma com a outra. Afinal, quem realmente se gosta não tá nem aí pra quem pensa que é loucura ou coisa de outro mundo e ainda faz de tudo para dar certo. Nesse mundo tão pequeno, quem disse que um dia a chance de um reencontro não é cogitada? A verdade é que não importa os quilômetros, milhas ou oceanos. Importa é querer saber se aquela pessoa continua a acordar cedo pra fazer a caminhada, se ainda odeia ketchup, ou se ainda dobra as camisetas de uma maneira engraçada e sentir falta de todas essas coisas mesquinhas. O resto? É só detalhe.

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