“Não, não é o fim
Dure o tempo que você gostar de
mim
Entre o não e o sim, só me deixe
quando o lado bom for menor do que o ruim”
Eu nunca estive sozinha. Por mais
que algumas lágrimas que sujavam sua camiseta dissessem que sentir-me só era mais importante do que realmente estar, eu não era
sozinha. O grande problema foi pensar demais. Eu tinha
seu sorriso bobão, que me deixava feliz só de existir num domingo de manhã.
Eu não era sozinha. Eu dividia a
cama com você algumas vezes e roubava seu lençol. Te via acordar de mau humor
sem saber como reagir com minha hiperatividade matutina. Você sorria e me dava
um bom dia sonolento e eu sabia: não estava sozinha.
Eu tinha sua roupa com cheiro de
lavada. Eu tinha minha campainha tocando de surpresa e era você “só pra me dar
um beijo”. Eu tinha ligações que duravam horas, cartas que ocupavam folhas,
domingos que enchiam o coração.
Hoje tenho alguns pingos de chuva
que caem na minha janela e não me deixam dormir. Tenho algumas lembranças
tentando virar poesia e seu número salvo na agenda telefônica apenas para
enfeite. Tenho lágrimas que caem no teclado e molham meus dedos. Tenho um
futuro que não quer existir porque eu simplesmente não quero que ele exista sem
você.
Eu tenho um coração inquieto.
E ele pede por favor pra que
volte. A porta está aberta, terceira porta à esquerda, não repare a bagunça.
Sei que se você tivesse a opção esse não seria o fim. Mas me pergunto o quanto
uma escolha errada refletirá no nosso futuro que não vai existir.
Será que um dia essa saudade
acabará?
Um dia vou acordar e vou
conseguir tomar meu café da manhã sem lembrar de você. Um dia vou naquele show,
aquele que iríamos juntos, com alguns amigos e talvez quando nossa música tocar
eu lembre o quanto ela significou pra nós. Um dia vou achar umas cartas amareladas
na gaveta, vou abrir um sorriso e guardá-las sem ler, porque aí elas não farão
o menor sentido.
Um dia vou ganhar uma viagem pra
sua terra e vou simplesmente esquecer de avisar que cheguei. Vou completar
aquela nossa lista sozinha e aprender a tocar violão pra colocar uma melodia
nas poesias que eu fizer pra um outro alguém. Um dia eu vou ler esse texto e
ver que tudo passou.
Ou talvez um dia eu pense que
tudo isso poderia ter acontecido, mas o destino brincou de ser diferente.
E eu verei que nunca estive
sozinha, exceto no instante agora: esse, em que os pingos de chuva batem na
minha janela pedindo permissão para entrar.
Podem ser devaneios, mas minha
porta estará aberta. Não repare a bagunça.
Adorei seu blog! Faz tempo que não o visito. Estarei vindo sempre que puder.
ResponderExcluirAbraços!
http://www.borboletra.com/
Obrigada! Volte sempre!
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